Como anda o mercado de sedãs compactos:

Os modelos mais caros valorizaram e os mais baratos perderam preço. Entenda!

A Mobiauto acaba de realizar uma pesquisa em sua base de dados para verificar o comportamento do mercado de usados dos sedãs compactos. Segmento dominado até a década passada por montadoras de grande volume, como Fiat, GM e Volkswagen, os sedãs de pequeno porte possuem um novo líder: Hyundai HB20S.

Nessa pesquisa exclusiva, a Mobiauto verificou as melhores opções de modelos sob o ponto de vista da variação de preços. De janeiro a setembro de 2023, os sedãs compactos foram responsáveis por 10,6% das vendas globais de automóveis e comerciais leves (1,53 milhão de unidades) no país. Entre os seminovos, eles parecem ainda cumprir aquele nicho de mercado de quem consegue dar um passo além dos hatches e não alcança os SUV´s.

Autotech do setor automotivo que mais cresceu em no 1º semestre de 2023 (aumento de 89% no faturamento) e um dos três maiores marketplaces de carros usados do país, o levantamento exclusivo da Mobiauto apurou as cotações dos nove principais modelos do mercado nacional (Chevrolet Onix Plus, Fiat Cronos, Honda City, Hyundai HB20S, Nissan Versa, Renault Logan, Toyota Yaris Sedan, VW Virtus e VW Voyage), nos anos/modelos 2021 e 2022. Somando-se as versões de todos eles, a pesquisa analisou preços de 62 veículos, sempre comparando cotações de setembro de 2022 versus o mesmo mês deste ano.

Quem manda nos sedãs, hoje, é o Hyundai HB20S. Ele repete a façanha da pesquisa anterior, em julho de 2022, quando a Mobiauto apontou o modelo três volumes do HB20 como o seminovo mais valorizado do país. Curiosamente, o HB20S é somente o terceiro sedã compacto mais vendido do país como zero km, atrás de Onix Plus e Fiat Cronos.

De toda a pesquisa, o HB20S Vision 1.0 2021 aprece na ponta da tabela, com alta de 8,87%. Mas ele foi além: das dez versões que tiveram o melhor comportamento na pesquisa, ele reaparece na quinta posição (Evolution 1.0 2021, com 1,27% de valorização no período) e na sétima (Vision 1.6 AT 2021, que registrou 1,08% de depreciação).

“É um segmento que possui compradores diversificados, que se renovam com frequência. Você tanto pode ter aquele consumidor que efetivamente gosta de sedã e é fiel como a família jovem que ainda não consegue alcançar um SUV, sai do hatch e opta pelo porta-malas de maior capacidade do sedã compacto”, explica o economista Sant Clair de Castro Jr., consultor automotivo e CEO da Mobiauto. Ele ressalta que, apesar dessa flutuação de compradores, que ofereceria hipoteticamente oportunidades a “novos entrantes”, não é o que ocorre na prática. “Todos os modelos são velhos conhecidos. Há anos não chega um novo competidor”, diz.

Outros destaques na pesquisa foram três veículos ano/modelo 2021: Virtus Highline 200 TSI, Onix Plus 1.0 Turbo AT e Cronos 1.3. Aliás, esses três modelos, além dos dois HB20S já citados, foram os únicos que registraram valorização de setembro do ano passado até agora. Um feito e tanto. Veja lista dos dez melhores.

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E não é coincidência que o Top Ten de sedãs compactos seja unanimemente composto por modelos 2021. E anote esse dado: na média, os dez melhores custam por volta de R$ 80 mil. Essa lógica vai se inverter entre os dez piores, quando irão aparecer praticamente só modelos 2022. Mas com um detalhe importante: os mais desvalorizados estão entre os modelos mais baratos, com ticket médio de R$ 70 mil.

Sant Clair explica o que está acontecendo. “Os sedãs compactos de menor valor, apesar de terem somente um ano de uso, perdem mais preço por dois motivos: eles partiram de preços como zero km no período pós-pandemia em que haviam sido fortemente reajustados e, ao se transformarem em seminovos, sofrem com a desvalorização mais alta. Além disso, eles enfrentam a concorrência dos hatches mais equipados. E há outro agravante: repare que eles sofrem a influência de três versões do VW Voyage, que saiu de linha e puxa ainda mais para baixo essa média”, diz. Veja a lista.

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De acordo com o consultor, a pesquisa da Mobiauto enterra definitivamente aquela máxima antiga do “cheque visado” como característica de modelos de marcas mais tradicionais. “Há modelos entre os mais valorizados e mais desvalorizados dessas três grandes montadoras: Fiat, GM e Volkswagen. Ou seja, o mercado atual é bem mais maduro e diversificado. Isso significa que não basta estar pendurado a uma marca de prestígio: se o produto não estiver muito bem encaixado com um preço adequado, ele sofrerá a ação da concorrência e verá suas cotações caírem”, resume o CEO da Mobiauto. “E essa variação se dá, como vimos nessa pesquisa, ano a ano e versão por versão. Às vezes um modelo se sai muito bem e outro vai mal”.

A MOBIAUTO – Em menos de quatro anos de operação, a empresa já se posiciona como um dos maiores marketplaces do mercado de automóveis do Brasil, tendo alcançado mais de 12 milhões de acessos mensais. Recentemente a empresa alterou sua composição acionária e passou a contar com o Banco PAN, alavancando um futuro breve repleto de produtos destinados ao crédito na compra de veículos.