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Nos 130 anos de Mário de Andrade, Ciclo de Debates convida negros para discute identidade do autor de “Macunaíma”
Cultura

Nos 130 anos de Mário de Andrade, Ciclo de Debates convida negros para discute identidade do autor de “Macunaíma”

Nos 130 anos de Mário de Andrade, Ciclo de Debates convida negros para discute identidade do autor de “Macunaíma”

Motivados pela comemoração dos 130 anos de nascimento de Mário de Andrade, o Sesc SP e o Fliaraxá – Festival Literário de Araxá – apresentam o Ciclo de Debates Virtuais “Mário de Andrade, Negro, 130 Anos”, no qual seis especialistas negros vão discutir, entre outros assuntos, a questão da identidade do autor de “Macunaíma”, nomeado Patrono do Festival. São eles: Oswaldo de Camargo, Inaê Lopes, Oswaldo Faustino, Ana Flávia Magalhães Pinto, Pascoal da Conceição e Angélica Ferrarez. Todos os debates, mediados pelo Curador Tom Farias, irão ao ar durante o Fliaraxá, que acontece de 5 a 9 de julho, nos youtubes do Fliaraxá e Sesc CPF – confiram o cronograma, abaixo.

Considerando a identidade negra de Mário, essa proposta é de extrema importância para uma compreensão mais ampla e profunda da sua obra e do contexto em que ele se inseriu. Mário de Andrade foi um dos mais importantes escritores e intelectuais brasileiros, reconhecido por sua contribuição para a cultura e a arte no país. No entanto, muitas vezes sua identidade racial é negligenciada ou deixada em segundo plano nas discussões sobre sua obra.

Ao abordar Mário de Andrade sob a perspectiva de sua negritude, promove-se uma revisão crítica do legado do autor, lançando luz sobre aspectos muitas vezes invisibilizados ou silenciados. A visão de Mário de Andrade como um escritor negro, em um país marcadamente racializado como o Brasil, abre espaço para reflexões sobre a construção da identidade do autor e a relação entre sua obra e a questão racial.

CRONOGRAMA:

Dia 5/7, quarta-feira, 19h – Oswaldo de Camargo
“Quem é este Mário de Andrade. Branco? Negro?”

Dia 6/7, quinta-feira, 12h – Ynaê Lopes
“Mario de Andrade e um Brasil que nasce”

Dia 7/7, sexta-feira, 12h – Oswaldo Faustino
“O elegante intelectual cai no samba”

Dia 7/7, sexta-feira, 12h – Ana Flávia Magalhães Pinto
Mário de Andrade e suas políticas da memória

Dia 9/7, domingo, 12h – Pascoal da Conceição
“Mário de Andrade desce aos infernos”

Dia 9/7, domingo, 17h – Angélica Ferrarez
“Mário de Andrade, intérprete do Brasil?”

Conteúdo e Conceito:

“Quem é este Mário de Andrade? Branco? Negro?”, com Oswaldo de Camargo
Premissa: O embate da disputa de memórias ou de narrativas sobre a cor de Mário de Andrade, não poderia ser defendida por ninguém menos que uma figura autêntica e praticamente ocular da história da literatura afro-brasileira, sobretudo na cidade de São Paulo. Nosso paladino das letras, Oswaldo de Camargo nos empresta saberes e relembra o convívio com os amigos e o ambiente vividos e vivenciados pelo nosso escritor homenageado. Pelas doces lembranças – e nem sempre doces -, conseguimos atravessar o portal do tempo e, como num passe de mágica, encontrar o Mário de Andrade pelo nosso caminho, com seu sorriso contido e seu humor, ora bom, ora ácido.

Poeta, contista, romancista, pesquisador e jornalista, Oswaldo de Camargo foi revisor do jornal O Estado de S. Paulo, redator do Jornal da Tarde, diretor de cultura da Associação Cultural do Negro e um dos principais colaboradores de periódicos da imprensa negra. É autor do livro “O negro escrito”, considerado um dos principais representantes no Brasil desse segmento literário.

Oswaldo de Camargo (Foto Marcus Leoni)

“Mário de Andrade e um Brasil que nasce”, com Ynaê Lopes

Premissa: É interessante situar Mário de Andrade para além da senzala, logo ele, nascido em família de classe média, enfronhado de uma cultura erudita; logo ele, vivente no meio de uma cultura refinada, numa sociedade que cada vez mais se refina à europeia ou se americanizava. Mário de Andrade bebeu nas fontes generosas de uma intelectualidade finessecular, o que certamente abriu as portas, proporcionou ampliar os horizontes de sua cultura e projetar sua produção literária para uma dimensão que vai muito além da dita Semana de Arte Moderna.

Ynaê Lopes dos Santos é Mestre e doutora em História Social pela USP. Atualmente é professora na Universidade Federal Fluminense. Escreveu as obras “Além da senzala: Arranjos escravos de moradia no Rio de Janeiro (1808-1850)”, “História da África e do Brasil afrodescendente”, entre outros.

Ynaê Borges (Foto Ricardo Borges)

“O elegante intelectual cai no samba”, com Oswaldo Faustino

Premissão : O jornalista Oswaldo Faustino provoca-nos provocando o próprio Mário de Andrade quando indaga sobre seus gostos musicais, ainda mais sobre o samba produzido na cidade de São Paulo, especialmente o chamado samba rural. Requinto ao ponto de ser um homem erudito na música, um homem nunca se assumiu ser negro ou mulato – para a sua época –, até que ponto Mário de Andrade de fato caiu no samba como de fato os escritos dele nos fazem entender? E a história de tia Ciatá, mencionada no seu romance “Macunaíma”? Ele realmente a conheceu e frequentou a Praça Onze?

Oswaldo Faustino conta com mais de 40 anos de experiência enquanto escritor e jornalista. Atuou em diversos veículos de comunicação, como rádio, TV e jornais renomados. Foi repórter por 26 anos na Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo. Além disso, ele é membro da Cojira, comissão de jornalistas pela igualdade racial, e colaborador da revista Raça Brasil. Como escritor, co-autor de diversos livros, incluindo biografias e romances históricos. Também teve a experiência de ser locutor em um programa sociocultural de web rádio chamado Rádio Tambor.

Oswaldo Faustino (Foto Laila Gabriela)

“Mário de Andrade e suas políticas da memória”, com Ana Flávia Magalhães Pinto

Premissa: Envolve-nos a ideia de buscar nas raízes do passado brasileiro as origens familiar e de pensamento de Mário de Andrade numa conversa permeada pela lembrança de um tempo que vai imediatamente do pós-abolição à queda da monarquia, ou seja, a proclamação da República. Mário é da geração remanescente de intelectuais, escritores, poetas e jornalistas negros, advindo de fase história e turbulenta da vida do nosso país.

Ana Flávia é historiadora, com formação interdisciplinar em Comunicação e Literatura, e professora do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Universidade de Brasília (UnB). Em sua obra, trabalha pelo reconhecimento de personalidades cruciais para a construção do país. Desenvolve pesquisas sobre a atuação político-cultural de pensadores/as negros/as, imprensa negra, abolicionismos e experiências de liberdade e cidadania negras no período escravista e no pós-abolição no Brasil e em outros pontos da Diáspora Africana.

Ana Flávia Magalhães Pinto (Foto Webert da Cruz)

“Mário de Andrade desce aos infernos”, com Pascoal da Conceição

Premissa: Se Mário era um artista da palavra, das expressões só possibilitadas pela linguagem escrita, Paschoal da Conceição é a expressão corporal de tudo aquilo ou de toda a encarnação projeta pelo escritor e poeta paulistano. Encarnando, literal, o autor de “Pauliceia desvairada”, Da Conceição reforça a ideia de que Mário ainda vive na memória e no coração dos brasileiros, para além de sua presença e pelo legado literário que nos deixou.

Pascoal da Conceição é um ator brasileiro nascido em São Paulo. Ele é conhecido por sua participação em filmes, séries de televisão e teatro. Pascoal da Conceição já atuou em produções como “Cidade de Deus” (2002), “O Cheiro do Ralo” (2006), “Tropa de Elite 2” (2010) e “O Banquete” (2018). Além de sua carreira como ator, ele também é diretor e roteirista.

Pascoal da Conceição (Foto Lenise Pinheiro)

“Mário de Andrade, intérprete do Brasil?”, com Angélica Ferrarez

Premissa: A historiadora Angélica Ferrarez faz uma viagem pelo universo andradino no sentido de buscar os significados e significantes da produção intelectual e literária do escritor paulistano, sobretudo no seu aspecto popular, das suas identidades com os percursos do autor de “Macunaíma” com a cultura brasileira, na universalização dos saberes que tornam e tornaram sua arte tão genuína.

Angélica Ferrarez é uma ativista acadêmica, feminista negra e professora. Atualmente está escrevendo a biografia da porta-bandeira Tia Dodô da Portela. Tem diversos artigos publicados em revistas acadêmicas, além de ser colaboradora nas mídias antirracistas Notícia Preta e no site Negrxs 50+. É organizadora do livro: “As acadêmicas do samba”, que reúne mulheres negras que estudam o universo do samba e do carnaval. Pesquisa a trajetória de mulheres negras no pós-abolição pela perspectiva da cultura, da cidade, do samba, acervos, museus e patrimônios.

Angélica Ferrarez (Arquivo Pessoal)

O Fliaraxá é apresentado pela CBMM, com patrocínio do Itaú e da Cemig, via Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, com apoio da TV Integração, Prefeitura Municipal de Araxá, Fundação Calmon Barreto, Câmara Municipal de Araxá, Academia Araxaense de Letras, Condor Eventos, Vale Sul / Goethe-Institut, Instituto Terra e Sesc.

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